Do ministro José Antônio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ao programa "Poder e Política", do UOL, comandado pelo jornalista Fernando Rodrigues:
- Pelo que eu leio, o estilo da presidente Dilma é um estilo que se baseia mais na autoridade versus subordinação. O presidente Lula era um presidente que ouvia mais, que sentia mais e depois ele tomava uma decisão. Ele não tinha ideias pré-concebidas, não tinha certezas, ele tinha mais dúvidas que certezas.
- Ela [Dilma] delega menos, centraliza mais. Pode-se tentar deduzir várias hipóteses. ‘A mulher é mais centralizadora’, mas, enfim, não sei as razões. Eu não estou lá. O que eu posso dizer é que o presidente Lula, por exemplo, nunca interveio no meu trabalho. Nunca disse:
‘Toffoli, isso que você falou está errado. Esse parecer está equivocado’, ‘Toffoli, faça um parecer assim, que eu estou precisando de um parecer para isso’. Nunca. Nunca o presidente Lula interveio no trabalho quando eu fui subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, nem quando eu fui advogado-geral da União. E ele sempre ouviu as minhas opiniões, ele sempre foi atento. Sempre tive a liberdade de dizer não ao presidente da República”.
O que disse o ministro, petistas de alto ou de baixo coturno murmuram pelos cantos. Da mesma forma procedem os políticos em geral - principalmente aqueles obrigados a manter contatos com Dilma.
A saber então: por que só agora começa a ser dito a respeito de Dilma o que todos sabem desde que ela foi convidada por Lula para ser ministra das Minas E Energia em 2003?
No caso de Toffoli, gente ligada a ele confidencia que o ministro ficou bastante irritado com Dilma por não ter sido consultado a respeito da indicação de Teori Albino Zavascki e Luis Roberto Barroso para ministros do STF.
(Toffoli é cria política do PT desde que conheceu os primeiros caciques do partido na condição de empregado de uma pizzaria em Marília, no interior de São Paulo. Formou-se em Direito e foi servir a Lula. Depois assessorou José Dirceu na Casa Civil.)
No caso de petistas em geral e de alguns em particular, simplesmente eles se sentem órfãos do estilo Lula de governar. E humilhados pelo estilo Dilma. Nem por isso ainda ganharam coragem para criticar a presidente de peito aberto.
Assistimos ao início da campanha "Volta, Lula".
O estado futuro da economia é que dirá se a campanha terá sucesso ou não.
11 de junho de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário