Cadê o “Brasil país do Futuro” de 1941?. Morreu com o suicídio do escritor Stefan Zweig.
Cadê “Este é um país que vai pra frente” de 1970?. Morreu com todos os generais escalados para ser presidentes entre os anos 1964/85 e com o final da dupla de autores Dom & Ravel.
Hoje vivemos uma nova era, que marca a decadência moral dos governos desde 2003. Vive-se no melancólico país do “Eu não Sabia”.
Nesse período o “Eu não Sabia” é usado com abuso pelos governantes ao justificar-se pelo descumprimento da lei, esquecendo por conveniência o artigo 3º da Lei de Introdução ao Código Civil, que diz:
“ninguém poderá furtar-se de seu cumprimento (da lei) mesmo sob a alegação de erro ou ignorância, ou seja, mesmo sob a alegação de desconhecimento da lei”.
Sobre o assunto escreve brilhantemente a jornalista Mary Zaidan: “A república do eu não sabia”.
“Nenhum governante deveria mentir. Muito menos institucionalizar a mentira. Oferecer-se ao público e, de cara lavada, dizer que não sabia o que todo mundo sabe que o dirigente sabia. Ainda que se dê o benefício da dúvida e se admita que por vezes governantes não saibam o que se passa embaixo de seus narizes, é impossível admitir o não saber como padrão."
Oficializada pelo ex-presidente Lula, a república do “eu não sabia” virou moda.
Lula jurou que foi traído, que nada sabia sobre o mensalão. No mesmo tom, disse ter sido “apunhalado pelas costas” pela sua ex-protegida Rosemary Noronha, que utilizava da intimidade com o presidente para traficar mimos.
Lula também não sabia das peripécias de José Dirceu, que fora o craque, o capitão de seu time, que, por sua vez, desconhecia que seu assessor Waldomiro Diniz tinha negociatas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Assim como José Genoíno assinou sem saber os empréstimos do Banco.
11 de junho de 2013
Giulio Sanmartini
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