"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 11 de junho de 2013

UM INSULTO A INTELIGÊNCIA ALHEIA

 

Cadê o “Brasil país do Futuro” de 1941?. Morreu com o suicídio do escritor Stefan Zweig.

Cadê “Este é um país que vai pra frente” de 1970?. Morreu com todos os generais escalados para ser presidentes entre os anos 1964/85 e com o final da dupla de autores Dom & Ravel.
 
Não sai de nada!
Não sei de nada!
 
Hoje vivemos uma nova era, que marca a decadência moral dos governos desde 2003. Vive-se  no melancólico país do “Eu não Sabia”.
 
Nesse período o “Eu não Sabia” é usado com abuso  pelos governantes ao justificar-se pelo  descumprimento da lei, esquecendo por conveniência o artigo 3º da Lei de Introdução ao Código Civil, que diz:
 
“ninguém poderá furtar-se de seu cumprimento (da lei) mesmo sob a alegação de erro ou ignorância, ou seja, mesmo sob a alegação de desconhecimento da lei”.
 
Sobre o assunto escreve brilhantemente a jornalista Mary Zaidan: “A república do eu não sabia”.
 
“Nenhum governante deveria mentir. Muito menos institucionalizar a mentira. Oferecer-se ao público e, de cara lavada, dizer que não sabia o que todo mundo sabe que o dirigente sabia. Ainda que se dê o benefício da dúvida e se admita que por vezes governantes não saibam o que se passa embaixo de seus narizes, é impossível admitir o não saber como padrão."

Oficializada pelo ex-presidente Lula, a república do “eu não sabia” virou moda.
Lula jurou que foi traído, que nada sabia sobre o mensalão. No mesmo tom, disse ter sido “apunhalado pelas costas” pela sua ex-protegida Rosemary Noronha, que utilizava da intimidade com o presidente para traficar mimos.
 
Lula também não sabia das peripécias de José Dirceu, que fora o craque, o capitão de seu time, que, por sua vez, desconhecia que seu assessor Waldomiro Diniz tinha negociatas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Assim como José Genoíno assinou sem saber os empréstimos do Banco.
 
11 de junho de 2013
Giulio Sanmartini

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