A infalível fórmula de endeusar o próprio umbigo que torna descartável as ameaças macro e valoriza apenas as microvantagens, tornou este país um grande bacanal de interesses do poder em que o amor livre é apenas uma bela desculpa para se prostituir ou ainda topar novas experiências que são um caminho sem volta.
Longe de ser um filme pornográfico, que de alguma traz uma quantidade de conteúdo que pode ser útil a alguém. Refiro-me à promiscuidade político-partidária que gera consequências gravíssimas à sociedade. A imoralidade fica explicitamente escancarada na penetração de membros dos mais diversos interesses num mesmo objetivo, a cúpula.
Não importa se o partido é de esquerda ou de direita, é a lei do “vale tudo”. E nisso encontramos estrelas renomadas do Politics Porn como Dirceu, Genoíno, mas ainda temos exemplos menos conhecidos como o deputado Luiz Moura (PT) que já praticou assaltos, foi condenado a 12 anos de cadeia, era foragido e hoje faz parte dessa orgia toda. A lista daria roteiro para várias produções.
Como esperar administração limpa quando se fecha a porta e todo mundo é de todo mundo? Como esperar leis mais rígidas se quem deveria cuidar disso goza de direitos por conta de uma Constituição atrasada? Qual a vantagem em dar educação ao povo, se no fim das contas a únicas falas que interessam são monossilábicas: vai, isso, mais, ai etc.?
Por isso que na Itália Ilona Staller, atriz pornô mais conhecida como Chicholina, conseguiu se eleger ao parlamento. Deveríamos então eleger Clayton Nunes, dono da Brasileirinhas, para Presidente. Quem sabe ele pelo menos organize a antropofagia do poder do olimpo chamado Brasília.
No fim das contas, nessa superprodução, o povo só fica de costas.
11 de junho de 2013
Fabrizio Albuja é Jornalista e Professor Universitário.
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