A natureza tem uma ordem que não é democrática. Não são as partes, que constituem o todo natural, que determinam a ordem da natureza: pelo contrário, é do todo que emana a ordem que coordena as partes.
Porém, é um pouco isto que está a acontecer hoje, como bem denunciou o Papa Bento XVI: as elites, hoje, fazem de conta de que a razão não é axiomática e, portanto, anterior à própria política e ao “espírito do tempo”.
Não sendo a natureza, democrática, o Homem pretendeu corrigir, por assim dizer, algumas das injustiças da lei natural por intermédio da ética; mas depois caiu no extremo oposto, tentando fazer da justiça uma régua de Procrustes: surgiu então o igualitarismo radical e anti-democrático, em que “a impotência do Homem passa a ser a medida de todas as coisas” (Nicolás Gómez Dávila).
Hoje, a aceitação das diferenças tornou-se praticamente impossível. A diferença é vista como algo de mau, embora paradoxalmente se utilize a diferença, objectiva e evidente, para justificar a tirania da indiferença.
Estamos perante uma revolta contra a natureza que se apoderou da cultura, e já não de uma tentativa de afirmar uma ética que “corrija” a lei natural.
Um fenómeno cultural que reflecte a tirania da indiferença é a ideia segundo a qual o novo Papa deve ordenar mulheres para o sacerdócio.
A não ordenação de mulheres é vista como uma injustiça e como uma discriminação — como se fosse possível ao homem substituir o papel e a função da mulher no seio da sociedade e, por isso, no seio da Igreja Católica…!
A diferenciação de papéis e funções entre homem e mulher, que obedecem de facto à lei natural, é vista como uma injustiça, o que corresponde a uma revolta contra a natureza.
O Homem actual parece querer impor a democracia à natureza.
A ideia segundo a qual a diferença entre a mulher e o homem é apenas anatómica e biológica, e que todas as outras diferenças entre homem e mulher são “construções sociais”, é absolutamente irracional e contra as evidências. E não é por o sacerdócio ser exclusivo dos homens que a mulher é injustiçada ou possa ser considerada inferior ao homem.
O trabalho da Madre Teresa de Calcutá junto das crianças, por exemplo, nunca poderia ter sido realizado, pelo menos com o mesmo grau de sucesso, por um homem.
Mas pouca gente vê isso, porque a elite pretende fazer esquecer ou relativizar, na opinião pública, o trabalho de mulheres como ela.
E não podemos dizer que o trabalho de Teresa de Calcutá foi inferior ou subalterno, só porque foi feito por uma mulher.
É da compreensão das diferenças, e da função importante que as diferenças podem ter em beneficio da sociedade e dos outros, que podemos construir uma ética racional.
Uma ética sem diferenciação é um absurdo niilista.
Uma ética sem diferenciação é um absurdo niilista.
A sociedade organiza-se, hoje, democraticamente; mas até certo ponto e dentro de determinados limites. Por exemplo, a democracia — a vontade colectiva consensual — não pode decretar por lei que um homem possa parir; ou não pode fazer um referendo para alterar a natureza fundamental do ser humano. Porém, é um pouco isto que está a acontecer hoje, como bem denunciou o Papa Bento XVI: as elites, hoje, fazem de conta de que a razão não é axiomática e, portanto, anterior à própria política e ao “espírito do tempo”.
Não sendo a natureza, democrática, o Homem pretendeu corrigir, por assim dizer, algumas das injustiças da lei natural por intermédio da ética; mas depois caiu no extremo oposto, tentando fazer da justiça uma régua de Procrustes: surgiu então o igualitarismo radical e anti-democrático, em que “a impotência do Homem passa a ser a medida de todas as coisas” (Nicolás Gómez Dávila).
Hoje, a aceitação das diferenças tornou-se praticamente impossível. A diferença é vista como algo de mau, embora paradoxalmente se utilize a diferença, objectiva e evidente, para justificar a tirania da indiferença.
Estamos perante uma revolta contra a natureza que se apoderou da cultura, e já não de uma tentativa de afirmar uma ética que “corrija” a lei natural.
Um fenómeno cultural que reflecte a tirania da indiferença é a ideia segundo a qual o novo Papa deve ordenar mulheres para o sacerdócio.
A não ordenação de mulheres é vista como uma injustiça e como uma discriminação — como se fosse possível ao homem substituir o papel e a função da mulher no seio da sociedade e, por isso, no seio da Igreja Católica…!
A diferenciação de papéis e funções entre homem e mulher, que obedecem de facto à lei natural, é vista como uma injustiça, o que corresponde a uma revolta contra a natureza.
O Homem actual parece querer impor a democracia à natureza.
A ideia segundo a qual a diferença entre a mulher e o homem é apenas anatómica e biológica, e que todas as outras diferenças entre homem e mulher são “construções sociais”, é absolutamente irracional e contra as evidências. E não é por o sacerdócio ser exclusivo dos homens que a mulher é injustiçada ou possa ser considerada inferior ao homem.
O trabalho da Madre Teresa de Calcutá junto das crianças, por exemplo, nunca poderia ter sido realizado, pelo menos com o mesmo grau de sucesso, por um homem.
Mas pouca gente vê isso, porque a elite pretende fazer esquecer ou relativizar, na opinião pública, o trabalho de mulheres como ela.
E não podemos dizer que o trabalho de Teresa de Calcutá foi inferior ou subalterno, só porque foi feito por uma mulher.
É da compreensão das diferenças, e da função importante que as diferenças podem ter em beneficio da sociedade e dos outros, que podemos construir uma ética racional.
Uma ética sem diferenciação é um absurdo niilista.
“A desigualdade injusta não se cura com igualdade, mas com desigualdade justa” — Nicolas Gomez Dávila
Nenhum comentário:
Postar um comentário