O que escrevo pertence a quem lê, não a mim. Da mesma forma, o que a senhora Ruth Moreira (84) escreveu não lhe pertence mais. Ela disse estar com vergonha do Brasil. Agora, sua vergonha é de todos.
Por isso, me aproprio de algumas de suas palavras para afirmar que também estou envergonhado. Tremendamente envergonhado com um governo impatriótico, antidemocrático e antirrepublicano. De um Congresso rampeiro, composto por políticos vendidos a quem dá mais. Envergonhado, pois pensar no bem do País é ser trouxa.
Envergonhado pelo dilapidar de nossas grandes estatais, entre elas a Petrobras, patrimônio de todos os brasileiros, que agora, quase falida, está a serviço de uma causa só: o poder. Vergonha de juízes vendidos. Vergonha de mensalões e mensaleiros. Vergonha de termos quase 40 ministros, de partidos que vivem a mamar nas tetas da viúva, enquanto brasileiros morrem em enchentes, perdendo familiares por desídia de políticos. Vergonha de ver a presidente gastar, no Vaticano e perante o novo Papa, uma riqueza que não temos.
Vergonha da violência que impera e de ver uma turista estuprada, durante seis horas, por delinquentes que deveriam estar na cadeia. Vergonha por pagarmos tantos impostos e nada recebermos em troca – nem estradas, nem portos, nem saúde, nem segurança, nem escolas que ensinem para valer. Vergonha de todos esses desmandos que nos trouxeram de volta a famigerada inflação, muito maior do que a oficialmente anunciada.
E Ruth Moreira (84, faço questão de repetir) ainda pergunta: onde estão os homens de bem deste país? Onde estão os que querem lutar por um Brasil melhor? Por que tantos estão calados? Até quando isso vai continuar? Até quando veremos essas nulidades que aí estão sendo eleitas e reeleitas?
Aí eu lhe respondo: como competir com as grandes redes de televisão, que nos últimos anos receberam mais de 11 bilhões do governo a título de publicidade? Apenas a maior delas, a Globo, foi aquinhoada com mais de 6 bilhões, dinheiro suficiente para resolver inúmeros problemas que afligem os brasileiros.
Que me desculpe a senhora Ruth (84, novamente), mas se eu fosse jornalista, também esqueceria minha vocação de mostrar a atual realidade, de questioná-la e, quem sabe, de revelar a triste verdade dos nossos dias. Claro que eu apoiaria o governo perdulário e diria que a comissão da verdade, geradora de mais “empregos”, está tentando resolver os problemas, embora eles datem de mais de 40 anos atrás.
Estou, como senhora Ruth (84), com muita vergonha de um Brasil ainda subordinado a Fidel (87), a Mao (de cujus), a Stalin (de cujus) e ao mais recente de cujus, Hugo Chávez. O Brasil e todos os brasileiros são muito maiores do que esses totalitários, que tendo morrido milionários (um ainda vivinho, mas igualmente milionário), arrasaram com seus países e seus habitantes.
Mas, é lógico, se me dessem muita grana, de forma alguma eu sentiria vergonha do Brasil! Como um novo rico, eu jamais revelaria a incompetência dos nossos atuais mandatários. E diria (apenas para os meus): quero que o povo brasileiro se exploda! Mas não escreveria, pois o que eu escrevesse não mais me pertenceria.
26 de abril de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário