O Banco Central informou ontem que o deficit na conta de transações correntes, que contabiliza as trocas de produtos, serviços e rendas com o exterior, alcançou a cifra recorde de US$ 24,8 bilhões no primeiro trimestre, o dobro do registrado no mesmo período de 2012.
Somente no mês passado, o saldo negativo foi de U$ 6,87 bilhões, o maior valor para março já computado nas série estatística, iniciada em 1980.
O pior, segundo mostram os dados do BC, é que o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) estão em queda e têm sido cada vez mais insuficientes para compensar o desequilíbrio.
O pior, segundo mostram os dados do BC, é que o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) estão em queda e têm sido cada vez mais insuficientes para compensar o desequilíbrio.
De janeiro a março, esses recursos, que são destinados ao setor produtivo, recuaram 11,3% e somaram apenas US$ 13,2 bilhões, pouco mais da metade do necessário para cobrir o deficit em conta corrente.
Isso significa que, para equilibrar o balanço de pagamentos, o país está cada vez mais dependente do capital especulativo aplicado no mercado financeiro, um dinheiro volátil que pode deixar a economia ao menor sinal de risco.
A piora da balança comercial e o aumento das remessas de lucros e dividendos pelas empresas estrangeiras, segundo especialistas, são os principais motivos da deterioração das contas externas. Por causa da crise global, que tem prejudicado fortemente as exportações brasileiras, o país já acumula neste ano um saldo negativo recorde de US$ 6,5 bilhões na conta de comércio.
A piora da balança comercial e o aumento das remessas de lucros e dividendos pelas empresas estrangeiras, segundo especialistas, são os principais motivos da deterioração das contas externas. Por causa da crise global, que tem prejudicado fortemente as exportações brasileiras, o país já acumula neste ano um saldo negativo recorde de US$ 6,5 bilhões na conta de comércio.
Além disso, os números têm sido afetados por mudanças na contabilização das importações de combustíveis, que jogaram para este ano um grande volume de operações não registradas em 2012.
Já as remessas das multinacionais somaram US$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre, o dobro dos US$ 3,4 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
P“Os dados do primeiro trimestre mostram claramente uma deterioração do balanço de pagamentos. Ainda que descontemos dos números a distorção causada pela importação de um volume considerável de combustíveis ocorrida em 2012 e apenas registrada este ano, projetamos que o deficit em conta corrente se manterá em patamar mais elevado em 2013”, disse Gabriela Fernandes, economista do Itaú Unibanco.
Já Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, no entanto, fez uma avaliação positiva das estatísticas. “A situação do deficit está associada ao momento da economia, que passou a mostrar um maior dinamismo e isso traz implicações para as contas externas”, observou.
P“Os dados do primeiro trimestre mostram claramente uma deterioração do balanço de pagamentos. Ainda que descontemos dos números a distorção causada pela importação de um volume considerável de combustíveis ocorrida em 2012 e apenas registrada este ano, projetamos que o deficit em conta corrente se manterá em patamar mais elevado em 2013”, disse Gabriela Fernandes, economista do Itaú Unibanco.
Já Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, no entanto, fez uma avaliação positiva das estatísticas. “A situação do deficit está associada ao momento da economia, que passou a mostrar um maior dinamismo e isso traz implicações para as contas externas”, observou.
“Saldo negativo em transação corrente significa maior fluxo de poupança externa para o país, é uma complementação à poupança doméstica”, defendeu.
“Não se podem manter deficitárias as transações correntes por tanto tempo, sem efeitos prejudiciais ao conjunto da economia”, ponderou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
“Não se podem manter deficitárias as transações correntes por tanto tempo, sem efeitos prejudiciais ao conjunto da economia”, ponderou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
“Do jeito que está, a vinda de estrangeiros para a Copa do Mundo no Brasil mal vai dar para reverter a tendência de piora das contas”, criticou.
VICTOR MARTINS Correio Braziliense
VICTOR MARTINS Correio Braziliense
26 de abril de 2013
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