"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 3 de julho de 2013

GILMAR MENDES: "RECURSOS DO MENSALÃO DEVEM SER VOTADOS LOGO"

Supremo Tribunal Federal entrou em recesso nesta segunda-feira; para o ministro, análise dos embargos deve levar mais de um mês



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes defendeu, nesta terça-feira, que seja acelerado o julgamento dos recursos do mensalão. Pelos seus cálculos, serão necessários até trinta dias para avaliar os embargos apresentados pela defesa.

Ao ser questionado sobre a pesquisa que aponta que 74% dos brasileiros querem a prisão imediata dos mensaleiros condenados, segundo o Datafolha, Mendes defendeu maior celeridade no processo. “Nós temos de observar o devido processo legal, e é isso que temos feito. Eu tenho dito também que nós temos de acelerar o processo decisório”, afirmou durante audiência na Câmara.

Mendes citou o caso do deputado federal Natan Donadon (RO), que se arrastou por quase três anos da condenação até a prisão, para criticar a lentidão da Justiça. “O julgamento ocorreu em 2010, e aí vieram os embargos de declaração e só em 2013 o STF finalizou a sua orientação. Acredito que não só nesse caso, mas em outros, nós temos de ser mais céleres”, disse.

O magistrado prevê que a análise dos embargos de declaração apresentados pelos réus deve durar “30 dias ou talvez menos”. Nesta segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal entrou em recesso. As atividades serão retomadas somente em agosto.

Na esteira das manifestações populares, o ministro do STF afirmou que é necessário “quebrar o marasmo” e que há um descontentamento geral com a inércia e a má utilização dos serviços públicos. O próprio Judiciário foi alvo de críticas:
“A Justiça funciona muito mal, é preciso dizer isso. Veja que, sobre o Carandiru, nós chegamos a um caso de júri vinte anos depois. Nós estamos dando respostas inadequadas”, apontou.
Mendes sugere que haja um “mutirão institucional” entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para melhorar a qualidade da atuação judicial.

Plebiscito

O ministro também opinou sobre o plebiscito da reforma política, cujos temas foram enviados ao Congresso nesta manhã pela presidente Dilma Rousseff. Para o magistrado, o Congresso Nacional terá como desafio a formulação de perguntas claras na consulta à população. “A questão é saber como essas perguntas vão ser feitas em um tema tão complexo, tecnicamente tão difícil, podendo gerar até eventuais contradições”, disse.

03 de julho de 2013
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