As centenas de milhares de pessoas que foram às ruas protestar contra o nosso inferno urbano de cada dia certamente não sabiam que:
* as isenções de impostos para carro e gasolina concedidas pelo governo federal, desde 2003, deixaram de arrecadar R$ 32,5 bilhões que poderiam ter sido aplicados em transporte público (além de entupir ainda mais de carros cidades já completamente saturadas);
* com R$ 32,5 bilhões seria possível construir 150 km de metrô ou 1.500 km de corredores de ônibus;
* para saber o que significam 150 km de metrô, é só comparar a alguns metrôs de excelência: Tóquio (292 km), Seul (286 km), Moscou (269 km), Madri (293 km) e Paris (212 km);
* São Paulo, Santiago do Chile e Cidade do México começaram a construir seus sistemas de metrô na mesma época (e atrasadíssimos!): meados dos anos 1970;
* hoje, 40 anos depois, a rede de metrô da cidade de São Paulo, a maior do Brasil, tem apenas 74,3 km; a de Santiago do Chile, com metade da população de SP, tem 103 km; e a da Cidade do México, 202 km;
* reiterando: as isenções de impostos para carros e combustíveis, nos últimos dez anos, teriam construído 150 km de metrô, o dobro do que tem SP e quase o quádruplo do que tem o Rio, com apenas 40,9 km de metrô.
(Da série: Por que trabalhamos cinco meses por ano só pra pagar impostos e os serviços públicos que temos em troca são um lixo)
10 de julho de 2013
Ana Pacheco
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