"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 10 de julho de 2013

UNIÃO EUROPEIA ESMAGA EUROPEUS E PUTIN ESFREGA AS MÃOS

           
          Internacional - Europa 
uerssNo Dia da Europa, o jornal econômico milanês “Il Sole 24 Ore”  publicou uma conferência proferida no Canadá pelo historiador Niall Ferguson. Especialista em História Econômica e professor em Harvard, Stanford e Oxford, ele foi qualificado pela revista “Time” como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.

Seu balanço não poderia ter sido mais decepcionante.
Na década de 1950, a economia da Europa integrada crescia em um ritmo anual de 4%. No III Milênio ela caiu até o zero. À medida que a integração europeia se implementava, seu crescimento declinava.

Os piores mercados de valores dos últimos dez anos? Os europeus, certamente, constatou o professor. Grécia, Irlanda, Finlândia, Portugal, Holanda e Bélgica – foram os piores do mundo. E a União Monetária? Deus nos acuda. Correu muito mal.

Ferguson lembrou que ele e tantos outros economistas, filósofos, jornalistas e especialistas profetizaram a explosão da União Monetária. Mas ou ninguém os ouviu, ou eles não falaram tão forte assim...

Segniallundo ele, a experiência democrática foi ainda pior.
Os europeus não podiam ser forçados como foram a engolir uma união cada vez mais constrangedora, sem respeitar suas vontades.

Quando os povos votavam contra mais integração política, seus governos os obrigavam a votar de novo, até os indigestos tratados descerem goela adentro.

Aconteceu com os dinamarqueses em 1992; duas vezes com os irlandeses (em 2001 e em 2008); com os franceses, etc.

Cereja no chantilly de desastres: para Ferguson, a experiência europeia foi um eminente fracasso geopolítico. Esperava-se que a UE servisse de contrapeso aos EUA.

Prometeu-se até que a Europa resolveria a guerra na Bósnia.
Mas essa guerra no pequeno país balcânico precisou matar cem mil pessoas e deslocar mais de 2,2 milhões para que todo mundo visse que a UE era uma aliança impotente. O conflito só terminou quando os EUA puseram fim ao mata-mata nesse minúsculo território europeu.

Tentou-se impor a unificação pela via econômica, visto que as estratégias políticas não deram resultado, constatou o respeitado professor.

“A quem hei de telefonar quando quiser falar com a Europa?” – teria perguntado o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger. A resposta chegou anos mais tarde: telefone à baronesa Catherine Ashton de Upholland.

O único problema é que ninguém a conhece, sequer ouviu falar seu nome! A experiência europeia redundou num vergonhoso fracasso, concluiu o acatado mestre britânico.

Porém – acrescentamos –, os eurocratas de Bruxelas parecem decididos a passar o rolo compressor nos povos europeus, sobretudo em seus costumes e raízes cristãs.

Após seis décadas de tentar a utopia, toma corpo de modo espantoso o espectro de uma ditadura muitas vezes comparada à da falida URSS.

10 de julho de 2013
Luis Dufaur, escritor

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