As movimentações populares espontâneas que ocorreram no último mês, possuem interesse na resolução imediata de problemas crônicos, determinados por governos onde imperou a cleptocracia durante décadas.
Contudo, apesar de podermos considerar um primeiro passo para a formação de uma consciência política, essas reivindicações com caráter imediatista, não são suficientes para incitar mudanças estruturais. É inquestionável que essa movimentação espontânea da população ordeira é fundamental como ponto de partida para demonstrar a insatisfação, de forma legítima.
Todavia, se faz necessária uma organização política que tenha objetivos claros, com estratégias determinadas para alcançar as transformações desejadas, sem as quais o movimento se transformará em luta sindical, passando ao largo das reformas estruturais de estado a serem conquistadas.
Sem essa organização política, os movimentos ordeiros das ruas não conseguirão formular objetivos a serem alcançados e para isto é obrigatório o conhecimento das verdadeiras causas que impedem o desenvolvimento do país. Ou seja, em primeiro lugar, deve-se conhecer o adversário, seu poder e suas fraquezas.
Os movimentos de massa ordeiros, com o passar do tempo perdem sua eficiência uma vez que as reivindicações são isoladas, não organizadas e de caráter imediatista, portanto, difíceis de serem premiadas. O adversário percebe essas deficiências e investem em seu enfraquecimento, criando falsos líderes ou desviando o rumo das manifestações até seu aniquilamento.
É imperioso que se construa uma organização política com muitos quadros. Que essa consciência política seja gerenciada, com divisão de tarefas, em nível mais elevado e com domínio dos conhecimentos científicos, englobando todas as classes, fazendo com que os objetivos sejam de caráter coletivo, regionalmente, com a participação do povo exprimindo seus anseios.
Portanto, é o Partido Político, no atual estado de direito que deve possuir as características fundamentais para levar as forças patrióticas, ordeiras e legítimas ao poder.
10 de julho de 2013
Ronaldo Fontes, Médico, é Presidente do Instituto Foro do Brasil e fundador do Partido Ordem e Progresso.
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