O Brasil é um país dissimulado. Declara-se não racista mas é racista. Os governantes fazem invariáveis campanhas eleitorais prometendo dedicação à saúde, educação e segurança mas não mandam seus filhos para a escola pública, não se deixam atender por hospitais da rede do SUS e moram em locais com segurança reforçada.
Os eleitores, convencidos de que, ao votar, participam de uma festa da democracia, não têm certeza, devido à estranha e duvidosa apuração eletrônica, que seu voto vai para o candidato por ele escolhido.
O governo brada estar buscando a eficiência e competitividade mas forma um Ministério com 39 componentes, possui uma Secretaria de Direitos Humanos que nitidamente blinda bandidos e cria uma comissão altamente parcial e politizada que se intitula da verdade mas só focaliza uma faceta dela.
A classe política é dominada por caciques que se eternizam no poder, desinteressados em qualquer modalidade de reforma política ou eleitoral, embora sempre afirmem estar buscando ambas.
Possuímos um Congresso onde uma percentagem assustadora de membros, jactando-se com o título de lídimos e honestos representantes do povo, está envolvida em processos cabeludos e corrupções escabrosas.
Diante desse quadro de mentiras caleidoscópicas, do qual uma pequena parte foi aqui referida, cabe a pergunta: por que este espasmo de desconforto manifestado pelo Parlamento quando uma autoridade importante, a única que ainda conta com credibilidade na sociedade, afirma que os partidos políticos são de mentirinha e o Legislativo é dominado pelo Executivo visando à aprovação de projetos de seu interesse em troca de benefícios paroquiais, quase individuais?
28 de maio de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar-e-Guerra reformado
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