O ex-tesoureiro do PT é acusado de receber 450 000
reais de origem ilícita das agências de Marcos Valério, apontado como operador
do mensalão
A Justiça Federal em São Paulo abriu processo
criminal contra o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares por lavagem de dinheiro no
caso do mensalão. A decisão é do juiz federal Márcio Ferro Catapani, da 2ª Vara
Criminal Federal em São Paulo, que aceitou no dia 6 de julho a denúncia do
Ministério Público Federal (MPF). A ação é fruto de um desmembramento da
investigação do processo do mensalão, que começa a ser julgado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira.
Delúbio é acusado de receber 450 000 reais de
origem ilícita das agências de publicidade do empresário Marcos Valério,
apontado como o operador do mensalão. O dinheiro chegava a Delúbio por meio de
um esquema fraudulento que envolvia o Banco Rural.
A denúncia da procuradoria afirma que “as empresas
de publicidade obtinham recursos de forma fraudulenta” por meio de “dois
esquemas diferentes”: “empréstimos fictícios do Banco Rural” e “contratos
celebrados com órgãos da administração direta e indireta”. “Recebiam, mas não
prestavam o serviço contratado”, diz a denúncia da procuradoria.
A procuradoria de São Paulo cita a denúncia
principal do caso ao afirmar que “as agências de publicidade repassavam os
recursos ilicitamente obtidos a representantes do Partido dos Trabalhadores,
entre outros, seja para apropriação pessoal de seus membros, seja para repasse
a membros congressistas da base aliada, a fim de obtenção de apoio ao poder
executivo".
De acordo com a acusação, o Banco Rural participou
do valerioduto para ver "atendidos seus interesses econômicos perante o
governo, entre eles obter influência ilícita para aquisição do Banco Mercantil
de Pernambuco".
A procuradora Ana
Cristina Bandeira Lins afirma que os documentos confirmam a “materialidade e a
autoria do crime”. “Depoimentos confirmaram o pedido de Delúbio Soares de
saques dos cheques.”
Revista Veja (BR) - 01/08/2012
Da Redação
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