Amigos do ex-ministro ouvidos pelo Estadão disseram que ele estava incomodado com o desgaste que a defesa de Cachoeira provocava em sua biografia
O advogado criminalista e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos abandonou a controversa defesa do bicheiro Carlinhos Cachoeira após surgir a notícia de que a esposa do contraventor, Andressa Mendonça, tentou intimidar o juiz que cuida do caso.
Entretanto, informações divulgadas nesta quarta-feira, 1º, pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que Thomaz Bastos já vinha querendo abandonar o caso devido ao temperamento do seu famigerado cliente, considerado hostil e exigente. Uma pessoa próxima a Thomaz Bastos classificou Cachoeira como “um sujeito inadministrável”.
‘Razões que nada têm a ver com o mérito da causa’
“Eu saio por razões que nada têm a ver com o mérito da causa”, disse Márcio Thomaz Bastos, mas amigos do ex-ministro ouvidos pelo Estadão disseram que ele estava incomodado com o desgaste que a defesa de Cachoeira provocava em sua biografia.
Quanto ao mérito da causa assumida por Thomaz Bastos, entendida por muitos como inapropriada para um ex-ministro da Justiça, o presidente licenciado da OAB, Luiz Flávio Borges D’Urso, chegou a dizer, em defesa do colega, que “o advogado é como o padre, que abomina o pecado, mas ama o pecador”.
Caso Cachoeira e Mensalão
Mas o desligamento do ex-ministro do caso de Cachoeira vai além das razões até agora consideradas. Em sua coluna no jornal OGlobo, o articulista Merval Pereira cita a intrínseca relação da CPI do Cachoeira com o julgamento do mensalão, que começa na próxima quinta-feira, 2. Thomaz Bastos, tido como um dos mais importantes criminalistas do país, atua como advogado de um dos réus do caso mensalão, além de ser um dos mentores da tese que será usada pela defesa, de que o que aconteceu foi “apenas” caixa 2 na campanha eleitoral e, portanto, um crime menor.
De acordo com Merval, a recente tentativa de chantagem de Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, contra o juiz Alderico da Rocha Santos, foi a oportunidade para Thomaz Bastos desvincular sua imagem à de Cachoeira e recuperar a credibilidade de sua função diante da opinião pública, às vésperas do julgamento do mensalão. Deixando claro que a tentativa de chantagem foi uma atitude de desespero tomada pela própria Andressa, com ou sem aprovação de Cachoeira, e que ele, como advogado, reprova.
‘Razões que nada têm a ver com o mérito da causa’
“Eu saio por razões que nada têm a ver com o mérito da causa”, disse Márcio Thomaz Bastos, mas amigos do ex-ministro ouvidos pelo Estadão disseram que ele estava incomodado com o desgaste que a defesa de Cachoeira provocava em sua biografia.
Quanto ao mérito da causa assumida por Thomaz Bastos, entendida por muitos como inapropriada para um ex-ministro da Justiça, o presidente licenciado da OAB, Luiz Flávio Borges D’Urso, chegou a dizer, em defesa do colega, que “o advogado é como o padre, que abomina o pecado, mas ama o pecador”.
Caso Cachoeira e Mensalão
Mas o desligamento do ex-ministro do caso de Cachoeira vai além das razões até agora consideradas. Em sua coluna no jornal OGlobo, o articulista Merval Pereira cita a intrínseca relação da CPI do Cachoeira com o julgamento do mensalão, que começa na próxima quinta-feira, 2. Thomaz Bastos, tido como um dos mais importantes criminalistas do país, atua como advogado de um dos réus do caso mensalão, além de ser um dos mentores da tese que será usada pela defesa, de que o que aconteceu foi “apenas” caixa 2 na campanha eleitoral e, portanto, um crime menor.
De acordo com Merval, a recente tentativa de chantagem de Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, contra o juiz Alderico da Rocha Santos, foi a oportunidade para Thomaz Bastos desvincular sua imagem à de Cachoeira e recuperar a credibilidade de sua função diante da opinião pública, às vésperas do julgamento do mensalão. Deixando claro que a tentativa de chantagem foi uma atitude de desespero tomada pela própria Andressa, com ou sem aprovação de Cachoeira, e que ele, como advogado, reprova.
01 de agosto de 2012
opinião & notícia
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