Ontem, a presidente Dilma Rousseff deu as mãos a um ditador tarado, Hugo Chávez, a uma fascistoide ensandecida, Cristina Kirchner — que agora mobiliza presidiários para seus comícios, estatizando a bandidagem (já falo a respeito) — e a um ex-terrorista gorducho que quer estatizar a maconha (José Mujica, presidente do Uruguai) para celebrar a nova fase do Mercosul.
Era a celebração de um golpe sujo contra o Paraguai, que foi suspenso do bloco econômico por ter deposto Fernando Lugo. Nota: a deposição se deu segundo o mais absoluto rigor legal, de acordo com a Constituição.
O pacto do Mercosul exige que os respectivos parlamentos de todos os membros fundadores aprovem o ingresso de um novo membro. O do Paraguai — que está suspenso, mas não foi expulso — havia recusado a Venezuela. Foi uma trapaça.
O tiranete aproveitou para anunciar a compra de seis jatos da Embraer e o compromisso de compra de outros 14, o que já havia sido acertado desde dezembro do ano passado.
Pronto! Dilma seria apenas uma pragmática, entenderam?, que só pensa nos negócios, não importa com quem. Os bananas no Brasil engolem a versão. Adiante.
Dilma está agora empenhada em fazer um Mercosul do Caribe à Terra do Fogo, algo, assim, destinado a isolar a Alca mesmo, entendem?, quem sabe confinando-a a México, Canadá e EUA. Com sorte, a gente atrai os mexicanos e mostra com quantos Curupiras, Anhangás e Pachamamas se muda o eixo do poder mundial… Tenham a santa paciência! A ideia de um Mercosul unindo toda a América Latina é um delírio em si. Mas sigamos. Um dos países candidatos a entrar no bloco é a Bolívia do companheiro cocaleiro Evo Morales. Uma grande aquisição, sem dúvida! Até porque David Choquehuanca, ministro das Relações Exteriores do país, anunciou hoje o fim do capitalismo.
Sim, isto mesmo! Choquehuanca anunciou que a Coca-Cola encerra suas atividades no país no dia 21 de dezembro. Está sendo expulsa. Segundo o ministro, haverá uma festa na Ilha do Sol, que fica no lago Titicaca, para comemorar o início do verão e o encerramento das operações da empresa. Ele foi muito eloquente a respeito:
“O 21 de dezembro de 2012 é o fim do egoísmo e da divisão. O 21 de dezembro tem de ser o fim da Coca-Cola e o começodo mocochinche (um refresco de pêssego). Os planetas se alinham depois de 26 mil anos (…). É o fim do capitalismo e o começo do comunitarismo”.
Pensem bem: por que Evo Morales e seu mocochinche não seriam bem-vindos ao Mercosul? Quem sabe ele anuncie a compra de ao menos um avião… Essas palavras magníficas de Choquehuanca foram pronunciadas numa entrevista concedida ao lado de Evo.
O chanceler assegura que os refrigerantes industrializados contêm várias substâncias que provocam câncer e infarto. Ah, bom! Nessa linha do fim do capitalismo na Bolívia, também o McDonald’s está encerrando as suas operações. Vai fechar as oito lojas. Será o segundo país latino-americano sem a presença desse “ícone do imperialismo”. O outro é Cuba, aquela pujante ilha de igualdade e prosperidade.
PanetoneO governo da Bolívia — que Dilma, reitero, quer no Mercosul — está convencido dos poderes maléficos da Coca-Cola, mas não menos convencido das virtudes curativas da folha de coca, cujo consumo quer ver reconhecido pela ONU como um traço cultural. Por isso Evo passou a incentivar a criação de novos campos de produção, inclusive na fronteira com o Brasil.
Em dezembro do ano passado, José Ugarte, presidente da Empresa Boliviana Comunitária da Coca (Ebococa) — uma estatal criada pelo índio de araque —, anunciou ao mundo uma novidade natalina: o panetone de coca. Ele explicou à Agência Efe:
“O panetone de coca possui ingredientes habituais, como passas, frutas cristalizadas, açúcar e outras farinhas, mas se destaca por acrescentar ‘o ingrediente da energia’, que é proporcionado pelas fibras das folhas de coca, uma característica comum dos alcaloides”.
O governo boliviano investiu R$ 1,7 milhão na tal fábrica. Afinal, é preciso criar novos produtos para dar vazão ao brutal aumento de produção da folha. Desde a chegada de Evo ao poder, a área plantada de coca aumentou 22%. A nova Constituição boliviana, de 2009 (íntegra aqui), protege explicitamente a coca no Artigo 384.
Leiam:
“Artículo 384. El Estado protege a la coca originaria y ancestral como patrimonio cultural, recursonatural renovable de la biodiversidad de Bolivia, y como factor de cohesión social; en su estado naturalno es estupefaciente. La revalorización, producción, comercialización e industrialización se regirámediante la ley “.
Se e quando dona Dilma trouxer a Bolívia para o Mercosul, traz a coca junto. Um dia, do Caribe à Terra do Fogo, todos beberemos mocochinche, mascaremos folha de coca, queimaremos um baseado ritual e nos ajoelharemos aos pés de Pachamama!
01 de agosto de 2012
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