No dia 2 de fevereiro de 1986, o governo lançou o chamado Plano Cruzado. O presidente da República era José Sarney e o ministro da Fazenda, Dílson Funaro. Inicialmente foi um sucesso, a população empolgou-se com o fim da inflação. Todavia o plano começou a fazer água pelo descontrole dos gastos públicos. A medidas corretivas que podiam ser tomadas foram ignoradas pois
iriam atrapalhar as eleições.
De fato em 15 de novembro desse mesmo ano o partido do governo só não fez governador em Sergipe, que foi o PFL, mas seu coligado, o executivo nos outros 22 estados coube ao PMDB.
Depois disso a represa rompeu-se e a inflação chegou aos 3% diários, o prestígio de Sarney foi para o brejo e ele, ao passar o governo, foi posto para fora do Palácio do Planalto, aos pontapés pelo larápio Fernando Collor de Mello.
O governo petista viveu até hoje pela força residual do Plano Real, os erros que derrubaram o Cruzado repetem-se, a presidente evita tomar qualquer providência que possa desagradar o eleitor visando exclusivamente sua reeleição. Todavia a inflação começa a dar sinais reais de descontrole.
A colunista da revista Época, Ruth Aquino, dá uma mostra desse descontrole. Escreve ela: “O consumidor não gosta de se sentir otário. Está na hora de boicotar quem mete a mão no nosso bolso. (…) Fiz um teste com uma lista de supermercado. Grãos, legumes, frutas, carnes, peixe, legumes, verduras, laticínios, produtos de limpeza. Mínima quantidade de cada mercadoria.
No mercado Zona Sul do Leblon, paguei R$ 452. No mercado Mundial, da Barra da Tijuca, R$ 345. Mesmas marcas, mesmos pesos. E uma diferença de 30% no preço total. Só 12 quilômetros separam os dois estabelecimentos. Pesquise sempre em qualquer cidade. Rasgar dinheiro é atestado de loucura.
Muitos bares e botequins do Rio de Janeiro e de São Paulo aprenderam a lucrar o máximo, tirando proveito da crise real e psicológica. Reduzem as porções – e o tamanho dos salgados – e cobram R$ 5 a unidade.
Em botecos cariocas recomendados por guias, como Jobi ou Chico e Alaíde, os croquetes e bolinhos de aipim ficaram raquíticos, viraram umas bolinhas. E mais caros. Parece que R$ 5 passou a ser o valor mínimo de qualquer coisa.
É quanto os quiosques da praia cobram por uma água de coco que pode acabar em três goles. Absurdo!” Leia mais: Não enlouqueça com os preços.
A casa está caindo e a dona “Presidenta”, mesmo dizendo-se economista, faz questão de não querer ver.
06 de junho de 2013
Giulio Sanmartini
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