Manifestantes mudam o foco do protesto com a debandada dos comunistas. Slogan agora é:“Vem pra Rua, Vem Contra o Governo” sem bandeiras vermelhas. (Foto do site de O Globo) |
Agora nesta madrugada uma matéria em tom de lamentação publicada no site de O Globo revela que os militantes do denominado Movimento Passe Livre saíram do movimento alegando que a pauta de reivindicações teria sido alterada com a dominação de grupos que qualificam de "conservadores".
Informa O Globo que Grupos que se organizaram pela internet, como Revoltados Online e Pátria Minha, afirmaram que os protestos vão continuar, agora focados na queda da PEC 37 e em pautas contra a corrupção. O mote do MPL “vem para a rua, vem contra o aumento” mudou para “vem pra rua, vem contra o governo”, mas sem os integrantes do Passe Livre.
Transcrevo a reportagem:
Com a manifestação contra a reajuste da tarifa do transporte coletivo transformada em protesto contra partidos políticos e outras causas que se impuseram ao longo das duas últimas semanas, o Movimento Passe Livre (MPL) abandonou nesta quinta-feira o protesto na Avenida Paulista, antes do final, da mesma forma que os movimentos sociais.
Horas antes, em entrevista coletiva, representantes do grupo já haviam anunciado que não assumiriam, por enquanto, a frente de novos atos, assim como não pretendiam levantar nenhuma bandeira sem antes discutir com seus militantes e grupos alinhados à esquerda.
Em vozes isoladas, no entanto, alguns líderes assumiam o discurso de que era necessário voltar a temas recorrentes no país, como a necessidade de reformas política e agrária, e a contrariedade a PEC-37, que retira a autonomia dos Ministérios Públicos.
Assim como os partidos, o Passe Livre, que deu origem às manifestações contra o aumento da tarifa de metrô e ônibus, foi chamado de oportunista, aos gritos, por uma parte dos manifestantes. Os grupos próximos do MPL são os movimentos de moradia, o MST e o coletivo Consulta Popular.
— Desde o protesto de segunda-feira, já sentíamos que a manifestação estava ganhando características conservadoras. A direita instrumentaliza pessoas que não têm informação, infelizmente. Estão organizados para expelir as organizações — afirmou Fátima Sandalhel, uma das representantes do Consulta Popular, que deixou a Paulista.
Negociação com partidos
Nesta quinta-feira, o sentimento dos militantes do MPL era de revolta. Aliado também a grupos anarquistas, o Passe Livre tentava romper o bloqueio de outros manifestantes gritando “fascistas”. Um dia antes, sentindo que a manifestação ganhava novas pautas, o MPL reuniu-se com os partidos de esquerda, inclusive com o PT, e com os movimentos sociais.
— A preocupação era que o protesto criasse um clima como o da queda de Salvador Allende, no Chile — estimou uma liderança do MST.
Com isso, o MPL e partidos rivais em muitos momentos, como PSTU, PSOL e PT, prometeram se aliar no protesto, do qual participaria também PCO e a liga de esquerda LER.
— O ato é público. Se o PT quiser vir, são convidados todos. A população tem discernimento sobre isso (a participação ou não dos petistas na queda do preço da tarifa) — disse Mayara Vivian, uma das representantes do MPL.
O movimento existe desde 2005 no país e ganhou força em São Paulo em 2006. Se considera “autônomo, anticapitalista, horizontal e apartidário”. Não contabiliza o número de militantes e se organiza em assembleias e por meio da internet.
Segundo o professor de música Rafael Siqueira, que também representa o movimento, a ideia agora é discutir e avaliar as reivindicações aos quais o MPL deverá se incorporar.
Os membros do movimento criticaram ainda a inclusão de reivindicações que consideraram fora da “carta de princípios” do MPL, como propostas de cunho racial e de distinção de gênero.
— Se organizem e façam suas manifestações— sugeriu Mayara, num recado sem destinatário definido.
Grupos que se organizaram pela internet, como Revoltados Online e Pátria Minha, afirmaram que os protestos vão continuar, agora focados na queda da PEC 37 e em pautas contra a corrupção. O mote do MPL “vem para a rua, vem contra o aumento” mudou para “vem pra rua, vem contra o governo”, mas sem os integrantes do Passe Livre.
21 de junho de 2013
in aluizio amorim
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