Em dia de maior mobilização, protestos levam mais de 1 milhão de pessoas às ruas no Brasil
- Pablo Jacob/Agência O GloboMilhares de manifestantes caminham pela avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro
Mais de 1 milhão de pessoas participaram de protestos em várias cidades do Brasil nesta quinta-feira (20). Entre muitos atos pacíficos, houve registro de violência em confrontos entre manifestantes e policiais e atos de vandalismo em várias cidades. No interior de SP, um participante de protesto morreu atropelado.
Os protestos ocorreram em várias capitais e em cidades de grande e médio nas cinco regiões do país. O crescimento da onda de protestos levou a presidente Dilma Rousseff a convocar uma reunião de emergência para as 9h30 desta sexta-feira (21).
A situação foi tensa em Brasília, onde, após tentarem entrar no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, manifestantes depredaram o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
No Rio de Janeiro, em Salvador, Belém, Campinas, Porto Alegre e Fortaleza, também houve confronto de manifestantes com a polícia. Em Ribeirão Preto (SP), um manifestante morreu e outros três foram atropelados por um homem que fugiu após o fato.
No Rio de Janeiro, mais de 40 pessoas ficaram feridas. Em Brasília, os choques deixaram 35 pessoas pessoas feridas, três delas em estado grave.
Além do pedido de mais qualidade e tarifas mais baixas no transporte público, tema que originou a onda de protestos, as "bandeiras" dos manifestantes agora reúnem uma série de outros motes: o uso de dinheiro público em obras da Copa do Mundo, melhorias nas áreas de saúde, educação e segurança, combate à corrupção, a PEC 37 (mudança de lei que pode tirar o poder de investigação do Ministério Público), além de outras questões e insatisfação generalizada contra governantes.
A maior mobilização popular desde o início das ondas de protestos ocorreu um dia após os anúncios de revogação de aumento de tarifa de transporte coletivo em várias cidades do país, como Rio de Janeiro e São Paulo.
No Rio, os manifestantes se concentraram na Candelária. Antes do início da passeata, cerca de 20 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) foram expulsos da concentração para o protesto. Pressionados pela multidão que gritava "Sem partido", os militantes deixaram o local pela rua da Quitanda.
Em São Paulo, ao menos 110 mil manifestantes, segundo medição do Datafolha, voltaram a interditar a avenida Paulista e a avenida 23 de Maio, na região central da cidade.
A onda de protestos começou a crescer em 6 de junho em São Paulo, quando 2.000 pessoas protestaram contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem, que subira de R$ 3 para R$ 3,20 quatro dias antes (2 de junho; a alta dos ônibus foi de 6,7%, contra 15,5% do IPCA).
Na quarta (19), pressionados pelos protestos (que levaram 65 mil pessoas às ruas na segunda, 17) , o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram, em conjunto, a revogação do aumento, levando o valor da tarifa de volta a R$ 3. O protesto de hoje em São Paulo tinha também, segundo o Movimento Passe Livre, a intenção de "comemorar a vitória" dos manifestantes.
21 de junho de 2013
Do UOL
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