Metade dos entrevistados citou a corrupção como a principal bandeira. Em seguida aparecem queda na tarifa (32%), contra os políticos (27%), melhora na qualidade do transporte (19%) e contra a PEC 37 (16%) --a soma dá mais de 100% porque puderam citar mais de um motivo.
A margem de erro da pesquisa, que entrevistou 551 manifestantes durante toda a manifestação na avenida Paulista, é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.
O perfil dos manifestantes traçado na pesquisa mostra que a maioria é homem (61%), tem nível superior (78%) e não possui nenhum partido de preferência (72%). Outra característica comum era a predominância do transporte público como forma de locomoção. O mais utilizado pelos manifestantes é o metrô (79%), seguido do ônibus (64%), trem (21%) e do carro (20%).
Em média, os manifestantes lutavam para que a tarifa fosse de R$ 2 --46% pediram que chegasse no máximo a este valor. A próxima causa do MPL (Movimento Passe Livre), a tarifa zero, foi defendida por apenas 25% das pessoas.
POLÍTICA
Quando questionados sobre a posição ideológica em que se encaixa, 32% se apontaram como extremos liberais e 29%, liberais. A participação conversadora, embora minoritária, foi expressiva: 20% se viram desta maneira. 2% se disseram extremos conservadores.
No geral, este posicionamento é mais liberal do que a última pesquisa Datafolha que fez esta pergunta em toda a cidade, de outubro do ano passado. Naquela pesquisa, 34% se disseram liberais ou extremos liberais, e 42% como conservadores e extremos conservadores.
Quanto à posição política, 36% eram de esquerda ou centro-esquerda e 21%, de direita ou centro-direita. Em toda a cidade, essa proporção praticamente se inverte --é de 24% e 34%, respectivamente. Também rechaçam a volta da ditadura: para 87%, a democracia é sempre melhor do que qualquer outra forma de governo.
21 de junho de 2013
FOLHA DE SÃO PAULO
(YGOR SALLES)
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