"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 21 de junho de 2013

JOAQUIM BARBOSA LIDERA CORRIDA PRESIDENCIAL ENTRE MANIFESTANTES, APONTA DATAFOLHA

 
Apesar de não figurar na lista de pré-candidatos ao Palácio do Planalto, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, aparece como o preferido dos manifestantes paulistanos para suceder Dilma Rousseff, mostra pesquisa do Datafolha realizada nessa quinta-feira (20).
 
De acordo com o instituto, Barbosa foi mencionado por 30% dos entrevistados, contra 22% da ex-senadora Marina Silva, que tenta montar a Rede Sustentabilidade para concorrer ao Planalto em 2014. Dilma (PT) aparece em terceiro na lista, com 10% das menções.
 
O levantamento foi realizado durante os protestos de ontem na avenida Paulista, região central da cidade.
 
Corrupção é principal motivação de manifestantes em SP, diz Datafolha
 
 
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), com 5%, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 1%, vêm logo a seguir.
 
A margem de erro da pesquisa, que entrevistou 551 manifestantes, é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. No limite, Barbosa e Marina poderiam ter 26% das preferências, mas, segundo o Datafolha, a probabilidade de que esse cenário seja real é muito pequena.
 
DESCOMPASSO
 
A última pesquisa nacional do Datafolha para a corrida de 2014 --finalizada no dia 7, antes da onda de manifestações que tomou conta do país-- mostrava Dilma na liderança, com 51% das intenções de voto no cenário mais provável, sete pontos percentuais a menos do verificado no levantamento anterior, de março.
 
Marina (16%) e Aécio (14%) estavam empatados em segundo lugar.
 
No cenário em que o nome do presidente do Supremo aparece, ele tinha 8% (levada em conta só a população da cidade de São Paulo, o ministro atingiria 11%).

Editoria de Arte/Folhapress


Barbosa teve ampliada a sua exposição nacional desde o ano passado devido ao julgamento do mensalão, processo que ele relatou e que resultou na condenação de 25 réus, entre eles a antiga cúpula do PT.
 
Seu nome ganhou força nas redes sociais como possível candidato à sucessão de Dilma. Para isso, ele teria que deixar o STF e se filiar a um partido político até o início de outubro deste ano --um ano antes das eleições.
 
Até agora, Barbosa não tem manifestado intenção de se candidatar à Presidência. Em dezembro, após o Datafolha mostrá-lo com até 10% das intenções de voto para a Presidência, ele reiterou ser um "ser absolutamente alheio a partidos políticos", mas se disse lisonjeado com os números.
 
"A pesquisa me deixou evidentemente lisonjeado. Qual brasileiro não ficaria satisfeito em condições idênticas à minha. Ou seja, pessoa que nunca fez política, nunca militou em partido político, nem mesmo em associações, sempre dedicou a sua vida ao serviço do Estado brasileiro, da sociedade brasileira, espontaneamente se ver contemplado com números tão alvissareiros. Evidente que isso me deixou bastante lisonjeado e agradecido também àqueles que ousaram citar meu nome", afirmou à época.

REJEIÇÃO
 
Além da preferência por Barbosa, que não pertence a um partido político, os números também mostram rejeição dos manifestantes aos nomes colocados até o momento para a disputa. Ao todo, 27% dos entrevistados disseram que não votariam em nenhum dos candidatos.
 
Esse percentual é mais de três vezes superior ao observado na pesquisa nacional do Datafolha do início do mês. Na época, 6% dos eleitores disseram que votariam em branco, nulo ou não manifestaram preferência por nenhum candidato (11% se considerados apenas os eleitores paulistanos).

21 de junho de 2013
FOLHA DE SÃO PAULO
RANIER BRAGON

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