"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 21 de junho de 2013

O PRIMEIRO PASSO PARA A LONGA CAMINHADA


No impeachment do Collor, pessoas saíam às ruas por soluções drásticas, cortar o mal pela raiz. No fim das contas achar que o lado A está certo porque o B está errado nem sempre é a melhor escolha.

Assim, fez fortalecer a dupla presidência de Fernando Henrique, que trouxe uma solução não imediata, mas paliativa que foi a URV (Unidade Real de Valor) o que auxiliou a que tivéssemos nossa primeira referência econômica de primeiro mundo, uma moeda forte.

Isso não quer dizer que foi um período ideal. A estagnação da inflação criou um novo monstro que foi o do interesse do mercado financeiro que necessita dos juros para sobreviver. Passamos a ser inimigos econômicos de grandes potências com produtos de qualidade que valiam aquilo que realmente valiam e não o que eles queriam que valesse.

O mundo também sofreu algumas mudanças em função da especulação do petróleo em países do Oriente Médio.  Obviamente nosso país não é a Pangeia e um problema mundial não pode ser encarado como uma “marolinha”.

Como conseqüência, o desemprego aumentou enormemente e, numa solução imediatista, o povo decide partir para escolher o lado C. Este lado C, ao considerarmos uma análise morfológica da palavra “trabalhadores”, entende-se que realmente o foco era fazer valer o suor e a dignidade.

São 13 anos no poder, por ironia o número da legenda que revela uma política da valorização da miséria, do aproveitamento da ingenuidade e que a solução do trabalhador é não trabalhar e sim ganhar alguma bolsa favor. Ferramentas ideais para a geração de arquiteturas fantásticas de corrupção.

Hoje, nas ruas o povo repete aquilo que aconteceu no ano de 1992. Os personagens mudaram, mas a prerrogativa é a mesma. No entanto o grande medo é que aconteça novamente uma escolha por impulso.

Há que ter muito cuidado ao confundir uma postura partidária que é baseada em micro interesses com uma perspectiva de gêneros utópicos que conclamam o real sentido de cidadania, justiça social e amor à pátria.

21 de junho de 2013
Fabrizio Albuja é Jornalista e Professor Universitário.

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